Longe de mim ser ufanista. Aliás, sofri desse mal quando mais novo; e sofri de outros também.

Hoje sofro ainda de amor pelo Brasil, e sofro inclusive de admiração pelos brasileiros nessa lista ilustre e incompleta de compatriotas imortais:

Darcy Ribeiro

O homem que melhor entendeu o Brasil. Diligente e meticuloso que era, começou pelo índio. Darcy foi um intelectual no sentido mais completo da palavra, e ao mesmo tempo um homem de ação que muito fez (principalmente) pela educação no país.

Estudou profundamente as razões do potencial inalcançado do Brasil, e não falhou em identificar a elite brasileira, infecunda (palavra dele, certeira), retrógrada e sem fraternidade, e o próprio Estado que serve ao seu povo como um pai ausente serve aos seus filhos.

Machado de Assis

O Dostoevsky brasileiro e, sejamos justos, de escrita muito mais sagaz que a de seu colega russo. A irreverência e a malícia estão a todo tempo na sua obra. Machado foi um Stendhal mais “sacana”, e também mais bonito. Elegantíssimo esse gigante brasileiro.

Uma das grandes vantagens de envelhecer é a de detectar sempre uma coisinha a mais ao reler os seus livros. Em Machado, cada sentença é uma obra dentro da obra.

A continuar…